sexta-feira, 21 de maio de 2010


Eu quero aceitar minha liberdade sem pensar o que muitos acham:que existir é coisa de doido, caso de loucura. Porque parece. Existir não é lógico.

(A hora das estrelas- C.L)

quarta-feira, 19 de maio de 2010


Até onde precisa-se suportar? até que ponto só o coração batendo já não responde por vida?


"Fechei os olhos, aguardando que a estranheza passasse, aguardando que meu arfar não fosse mais o daquele gemido que eu ouvira"

( A Paixão Segundo G.H.)


terça-feira, 18 de maio de 2010

Toda mulher tem um pouco de puta, de criança, de maluca. Toda mulher tem um pouco.
Falo por mim porque vivi pouco tempo para fazer afirmações maiores.
Falo por mim porque estou egoistamente presa na minha própria descoberta e existência.
Mas pelo que tenho visto por aí, toda mulher tem um pouco de tudo. E como é difícil ser feliz com tantos poucos para agradar. Fora os milhares de hormônios que tornam cada um desses poucos mais do que dá para aguentar.
E a cada suspiro, meus poucos se atrapalham: estou feliz ou com medo? Estou cansada ou excitada? Estou carente ou encantada? Estou fria ou fugidia?
Numa única noite eu fui um pouco tudo, eu quis um pouco de tudo. Quando alguém vai acompanhar meu ritmo?
Eu quis que ninguém soubesse de tamanha traição. Depois quis gritar na janela como o proibido era sopro no meu coração.
Eu quis sentir o poder de abalar com a vida dele. Depois quis que ele voltasse direitinho pra casa e esquecesse que existe a fraqueza.
Eu quis ele por uma aventura, uma risada, uma distração. Depois quis o colo dele para sempre, mas fiquei com o meu pouco puta estampado na cara.
Como eu preciso ser amada meu Deus, pra parar de dar de bandeja o meu sorriso por aí. Eu tenho meu pouco criança estampado em cada linha que escrevo e em cada bobeira que falo na espera de atenção.
Maluca? Nas raras vezes que sou séria, me sinto tão maluca, que devo ser sempre maluca.
De pouco em pouco encho o papo de ansiedade. Quando o muito virá?
Eu nunca poderia ser feliz sem meu pouco trágica. Eu nunca posso estar satisfeita sem meu pouco idealista e eu nunca poderei ser mulher porque ainda falta pouco, muito pouco, mas eu sei que sempre faltará.
Me completo de poucos, mas sigo esperando demais de tudo. Comida para cada um desses poucos que são buracos na minha alma.Meu pouco criança sofre e se diverte com o meu pouco louca. Meu pouco adulta perdoa tudo porque tem total consciência do meu pouco criança.
Mas cada pouco espera o grande momento. A grande virada. O longo suspiro de paz.
Cada pouco espera o colo, o beijo silenciador de neuroses, o abraço aquecedor de angústias.
Cada pouca criatividade espera o salário digno, o carro novo, o cheiro de cada coisa minha conquistada, o sono de quem não deve um centavo a ninguém.
Corro no desespero desses dias, da vida que virá, dos sonhos realizados, da felicidade, do sorriso banguelo da pureza infinita de um ser gerado por mim. Da luz.
Meu pouco pessimista sabe que nada disso pode acontecer. Mas sigo com meu pouco otimista, aprendendo que ele a cada dia aumenta um pouco.
Quem em cada pouco põe tudo que é merece ser feliz. E muito.


Grande Tati Bernardi.

domingo, 16 de maio de 2010


Depois de um final de semana alternativo, trocando barulhos por silêncio, saltos por meias quentinhas,conversas banais por colo de mãe, eu consigo entender que as vezes é melhor olhar muita coisa pela janela. Eu tentei de verdade me camuflar com algumas coisas antes repugnadas, tentei ser menos isso e mais aquilo, tentei me desviar de princípios pra ver se encontrava outros mais favoráveis. Não achei. Continuo com o mesmo olhar estranho, com o mesmo coração pulsante, com a mesma cara diante de um reflexo abstrato demais.
E pode parecer triste as vezes, mas é a única realidade que eu aceito como minha nesse instante.

domingo, 9 de maio de 2010

Se eu pudesse me encolher até desaparecer aos olhos alheios seria mais prático, eu sei. Mas quem nunca teve que se rastejar a frente de uma situação, ainda não sabe que pode voar. Eu não nasci pra deduzir, não aprendi com a vida a ser um pouco oca mesmo ela me arrancando forças possíveis. Ser transparente não é sinônimo de entrega, mesmo que as vezes seja. A gente tem um preço meio alto a pagar, quando se deixa levar por algo que meio mundo ignora. Mas não pede pra mudar a única coisa em que eu acredito. E aproveita e me ensina a ser assim frio e calculista nesse momento, porque eu já chorei rios e não senti alívio algum. Você não tem culpa, eu não sou vítima, e isso não passa de meia linha. Quem entrou com a ponta dos pés e caiu nesse buraco lamaçento foi só alguém que pedia muito pra ser puxada. E quando a gente troca o nada por algo palpável, a gente até gosta, mas não sabe que gostar é um verbo do presente. Até a gente não se sentir muito suja e podre com toda essa lama, a gente continua se afeiçoando e moldando as coisas do jeito que ficar mais bonito. Depois do susto, depois do golpe que sai levando pedaços de alma, a gente ainda tem que ser mais inteira do que nunca. Quanta indiferença, quantas faltas trocadas. Trocando um pouco por pouco, daríamos alguém até sensato. Mas eu continuo com a minha intensidade maluca, e você com a ausência de tudo que eu encontro aqui. E de tanto sentir, começei a engolir falhas, que nem minhas são.
Pena que em questões de sentir e definir falhas e acertos, nossos mundos somem a poucas distâncias.




quinta-feira, 6 de maio de 2010

Acho que eu tenho precisado do erro pra me sentir viva. E que mesmo me sentindo meio suja, e por baixo, o proibido tem um peso menor do que o vazio.

segunda-feira, 3 de maio de 2010



Walk Away...


What do you do when you know something's bad for you

but you still can't let go?


I was naive, your love was like candy

Artificially sweet

I was deceived by the wrapping

Got caught in your web and I learned how to bleed

I was prey in your bed and devoured completely


And it hurts my soul cause I can't let go

All these walls are caving in

I can't stop my suffering

I hate to show that I lost control

Cause I, I keep going right back

To the one thing that I need

To walk away from
Não saber de si é viver. Saber mal de si é pensar. Saber de si, de repente, como neste momento lustral, é ter subitamente a noção da monada íntima, da palavra mágica da alma. Mas essa luz súbita cresta tudo, consume tudo. Deixa-nos nus até de nós.

(O livro do desassossego)