segunda-feira, 26 de julho de 2010


Se sentir bastasse, eu estaria me afogando nesse momento. Mas não basta amor, nunca bastou. Eu tenho essa válvula de escape chamada "escrever", que me salva desse medo maluco que da de mim , do mundo e de tudo que há nele. Esse medo não mata, mas ele lateja enquanto você bebe pelos bares da cidade. Enquanto eu vivo esse amor unilateral, a vida lá fora me chama querendo dividir isso comigo. Mas tudo bem, eu quase nunca gosto do que gosta de mim, e eu nem devo ser tão estranha assim. Essa mesma vida que me chama, também sofre, e isso alivia não é?. Tudo em mim dorme, acalma, mas nunca vai embora de vez.
Amar muito me fez maior, mas eu não tenho com o que preencher tanto espaço.

sábado, 24 de julho de 2010


Can't Hold Us Down

So what am I not supposed to have an opinion
Should I be quiet just because I'm a woman
Call me a bitch cause I speak what's on my mind
Guess it's easier for you to swallow if I sat and smiled

When a female fires back
Suddenly big talker don't know how to act
So he does what any little boy will do
Making up a few false rumors or two

That for sure is not a man to me
Slanderin' names for popularity
It's sad you only get your fame through controversy

So what am I not supposed to say what I'm saying

Are you offended by the message I'm bringing
Call me whatever cos your words don't mean a thing
Guess you ain't even a man enough to handle what I sing



domingo, 18 de julho de 2010


Desculpa por tanta sede. Desculpa não conseguir me doar sem a alma inteira junto. Desculpa não suportar romantismo, mas querer o máximo de aconchego nesses abraços tão instantâneos. Eu sei que não tem cabimento possível atrás de toda essa cortina. Eu não queria, mas eu sei que não se acha amor onde só se enxerga o que todo mundo vê. Eu arrumei minhas malas, mas ainda não suportei a ideia de entrar em um trêm qualquer.

quarta-feira, 14 de julho de 2010


(...)Eu estou tão cansada de assustar as pessoas. E de entregar tanta alma de bandeja pra tanta gente que não quer ou não sabe querer. Mas hoje eu não odeio nenhuma dessas pessoas. E hoje eu não me odeio. Hoje eu só fecho os olhos e lembro de você me pedindo sem graça para eu não deixar ninguém ocupar o lugar da minha canga. Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e malandros, era de alguém que me pedisse para guardar o lugar. Tá guardado. O da canga e de todo o resto.
t.b

terça-feira, 13 de julho de 2010


Estranho desocupar uma casa. Estranho fazer mudanças, quando o que muda são só algumas peças. Você foi embora com todo caminhão de sentimentos que provocava em mim. E se eu deixo no ar tom de exagero, é só pra igualar o tanto de amor que eu usei por anos sozinha.

segunda-feira, 5 de julho de 2010




O que mais me assusta, é que quando a vida começa a ser só aqui dentro, eu digo pra mim mesma que quando tudo passar, eu vou esquecer dos problemas concretos e minúsculos que eu tenho em forma de gente. Porque lá no fundo eu devo ser. Mas quando a maré de dentro acalma e eu começo a sentir o vento, eu sinto também que aqui fora as coisas também tem um peso enorme. E dai o que se faz? Dentro ou fora?

sexta-feira, 2 de julho de 2010


Você não passa de um cacoete que eu carrego sozinha há tanto tempo. E pode ser loucura da minha cabeça, mas por ter tanto espaço aqui dentro, acabei inventando um amor só pra deixar certos lugares com o mínimo de eco possível. Eu sei que não adianta muito, que alguns cantos continuam gritando, mas é mais fácil e leve do que todos ao mesmo tempo. E é realmente engraçado como a gente bagunça com tudo aqui dentro. Ninguém quer ser enganado, mas na hora de por os pés no chão, a gente olha logo pra primeira corda que sobrevoa nossas cabeças, mesmo ela sendo fraca e superficial. Depois que a gente se acostuma a não sentir mais essa superfície umida e fria, a gente acaba se esquecendo que ela, apesar de feia é a única coisa que pode nos dar um pouco de verdade. E agora quando me pergutam se é disso que eu quero viver, eu olho pra cima e nao vejo mais corda nenhuma. É o mundo me medindo pra descer?



quinta-feira, 1 de julho de 2010


Mais uma de tantas...



Porque ninguém se mantém interessante ou mágico. Mas a gente espera, lá no fundo, perdido, soterrado e cansado, que a vida compense de alguma maneira. E a gente ganha dinheiro, compra roupa, aprende novas piadas, passa protetor labial. Só pra que a vida compense em algum momento. Só pra ganhar a coceguinha no coração. Coração burro, tadinho. Que preguiça desse coração burro. E a pessoinha mortal e cheia de motivinhos legais pra ser feliz segue aprisionada por essa falta de alma. E minhas coisas vão se acumulando. E não há nada que eu possa fazer sem minha alma. A agenda vagabunda me espera, com datas, esperanças e meios de ganhar dinheiro. E eu sequer consigo virar a primeira página. E milhões de livros ganham silêncio. E músicas novas perdem meus buracos. E garotos falsos cognatos perdem meus buracos. E eu estou no escuro, com uma leve impressão de que preciso voltar para a vida, porque a vida está acumulando e depois eu não vou dar mais conta de ser eu. Mas que preguiça de ser esse eu aí. Esse ser cheio de vontades, certezas e vidas na ponta da caneta. Eu me espero como uma boneca murcha, ensacada pela minha falta de alma. E meu creme para celulite da Nivea me espera, pela metade. E minha touca com flores vermelhas me espera, pendurada no registro. Meu porteiro fala “resisto” e também espera que eu volte. Eu e minhas imitações de porteiro. A papelada toda de coisas que eu sonhei e de sonhos que me empurraram, adivinhem? Também me esperam. E essas coisas que vou conseguir, essas coisas que eu vou abandonar de vez e até essas coisas que eu nem sei que ainda preciso. Tudo isso aguarda por mim. A casa tá quietinha coitada, nem a geladeira estrala mais aquele tanto. Estão todos querendo que eu volte, mas ninguém vai me encher, ninguém vai me apressar. Alma não é sonâmbula, nem metade, nem sombra. Por isso mesmo que às vezes demora tanto.

Tati Bernardi- Enquanto ela não vem...