sexta-feira, 27 de janeiro de 2012




A coca-cola ta meio sem gás e o gosto de pão com margarina não parece ter o mesmo gosto.
É sexta feira, a tv ta no volume mínimo e a cada cinco minutos eu respiro fundo pra não enlouquecer. Mas você não sabe. Você não faz ideia que alguém como eu, estaria esse dia, a essas horas, escrevendo sobre amor. A gente demorou eu sei, nesse tempo todo casais terminaram e voltaram e nós não saímos do lugar. Mas dai pra minha surpresa você telefonou me pedindo pra descer. Minha cara amassada mostrava as horas, o silêncio da rua fazia eu ter que falar ainda mais baixo, e como quem tem sempre um pé atrás eu disse que não. Um não tão convicto quanto minha vontade de limpar a casa. Mas ainda assim, um ''não'' dito e maldito. Quinze minutos de conversa, de chantagem emocional, de vontades querendo ser matadas, mas de um orgulho muito maior que eu carrego até no bolso que não existe da minha camisola cor de amora. Tanto esforço pra você me dizer que já estava ali em baixo, e que seria estar na contra mão do bom senso não descer. Naquele momentos eu queria ser aquelas mulheres práticas que botam qualquer roupa, prendem o cabelo e com a maior intimidade descem de cara lavada. Desculpa mundo, mas eu ainda não sou assim. Pra quem demora no mínimo três horas pra se arrumar, eu até que fui ninja em fazer as mesmas coisas em vinte minutos. Só que dessa vez não borrar o rímel por causa das mãos tremulas e o coração na garganta, foi missão heroica. Mas você não sabe. Eu respirei fundo, chamei o elevador querendo chamar deus, e segui firme até seu carro tentando parecer a pessoa mais descolada do século. Você sorriu, beijou meu rosto, apertou minha mão e disse que gostava de mão geladas ainda que meu rosto estivesse fervendo pelo sol da manhã. O que era pra ter sido uma conversa de baixo do prédio, virou uma noite estrelada na beira da praia, com ameaças de banho de mar que não foram concretizadas. Não era pra ser romântico mas acabou sendo, e a gente seguiu com conversas profundas e engraças, até que em uma das minhas gargalhadas nada discretas, você segurou meu rosto e me fez esquecer do mundo lá fora. Não teve promessas, não teve ilusões, teve a gente, depois de tanto tempo se permitindo ao que se queria. E eu não sei onde isso vai dar, mas se não for em um lugar bonito, que ao menos não seja longe daqui.


Um comentário:

  1. tu és foda!
    Mas eu não canso de dizer isso, porque eu também não canso de lembrar que precisas ouvir trezentas vezes um elogio para TALVEZ te achares o suficiente para ele. ÉS FODA, e ponto final.

    ResponderExcluir